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Brasil ganha mais espaço no cenário mundial das EPDs


A preocupação com os impactos ambientais é de longa data e, segundo pesquisa feita pelo Mercado Livre, os brasileiros estão cada vez mais adeptos às compras de produtos sustentáveis dentro do site, visto a alta de 123% na demanda, se comparado entre os meses de abril de 2021 a março de 2022 com o período anterior. Mas, dentro de um cenário repleto de produtos, como saber se esses itens, realmente, são sustentáveis?


Para isso existem as Declarações Ambientais de Produto – DAPs (ou EPD®s, do inglês, Environmental Product Declarations). Elaboradas para todos os tipos de bens e serviços, elas apresentam informações transparentes, verificadas e comparáveis sobre o impacto ambiental no ciclo de vida dos produtos e, no Brasil, são coordenadas pela Fundação Vanzolini.


Responsável pelo Programa EPD Brasil, Felipe Queiroz Coelho explica que houve uma busca significativa de empresas nacionais desde que o programa chegou ao País, além de um crescimento significativo de produtos certificados em solo brasileiro. “Apenas no ano de 2022, foram publicadas mais de 1000 EPDs ao redor do mundo. No Brasil, observamos que empresas que já possuem EPDs buscaram a publicação de novas Declarações Ambientais para outros produtos”, comentou Coelho.


Entre novos produtos que passaram a ser certificados, Felipe destaca as primeiras EPDs brasileiras do setor de alimentos: “considero um marco importante e um avanço na aplicação das EPDs no mercado B2C. Estamos muito satisfeitos por termos tantos clientes demonstrando, na prática, consciência ambiental e confiando em nossos serviços”.

Primeiro brasileiro no Comitê Técnico

Dentro desse cenário positivo, mais uma notícia para comemorar: pela primeira vez um verificador brasileiro foi convidado para integrar o Comitê Técnico (CT) do Internacional EPD System. Pesquisador na área de Engenharia e Gestão do Ciclo de Vida de Produtos e professor adjunto no curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o Prof. Dr. Diogo Aparecido Lopes Silva é um dos 12 integrantes do seleto CT.


“Além de ser um reconhecimento profissional, agora posso contribuir para que também o cenário nacional e latino americano ganhe maior evidência na área de EPDs, além de também poder levar questões da realidade geopolítica desses locais para a mesa de debates e decisões gerais deste comitê”, comentou o professor Diogo.


“O Comitê Técnico do International EPD System tem um papel fundamental no bom andamento do programa, pois ele dá suporte à secretaria do programa em atividades de extrema importância”, explicou Felipe sobre o escopo do CT, que inclui a revisão e aprovação das Regras de Categoria de Produto (PCRs), avaliação de possíveis verificadores, suporte para assuntos técnicos e checagem de amostras que garantem que as verificações foram feitas de acordo com as Instruções Gerais do Programa.


Para os próximos anos, o novo integrante do Comitê Técnico acredita que “o maior desafio será continuar contribuindo para o avanço científico-técnico do tema de EPDs”. Além disso, Diogo explica que há limitações quando se fala sobre EPDs nos setores produtivos e na busca por profissionais que consigam sintetizar, de forma assertiva e clara, as regras para criação de EPDs – de forma que seja também viável para as empresas.


Mesmo com desafios na área, o professor enxerga com otimismo o futuro da área em solo brasileiro: “principalmente se tomarmos como base a bioeconomia, na qual creio que o Brasil seja uma potência mundial, ter mais EPDs principalmente no contexto da bioeconomia nacional, eu acho que é um caminho promissor para o curto-médio prazo”. ​


“Ficamos muito felizes de saber que o Prof. Diogo faz parte do CT. Isso indica que o Brasil tem ganhado cada vez mais relevância no universo de rotulagem ambiental e ciclo de vida. Certamente ele é um excelente reforço para garantir o padrão internacional e levar ao Comitê as particularidades brasileiras”, finalizou Coelho.

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